Estamos começando a experimentar uma nova transformação social globalizada. Alguns já o comparam com o período renascentista que aconteceu entre o século XIV e XVII. Porém, acredito que a revolução do conhecimento será muito mais acentuada, desta vez. Primeiramente por causa do grande percentual populacional alfabetizado, mesmo que ainda de baixa qualidade. Considero que o fator mais importante seja a facilidade do acesso a informações relevantes, que recentemente, era aproveitada somente por acadêmicos, eruditos e uma parcela bem pequena da população. A grande questão é: Qual a proporção de nossa sociedade terá o interesse necessário de buscar informações e esclarecimentos sobre os assuntos de maior importância, com tantas distrações e recursos disponíveis no meio – a internet.
Como um eterno otimista, vejo com bons olhos qualquer tipo de utilização da internet, mesmo para os assuntos e funções que, num primeiro momento, julguemos irrelevantes ou simplesmente “perda de tempo”. Imagino que funcionem para estimular e ambientar novos usuários da rede. Inevitavelmente, o usuário receberá informações, desorganizadas num primeiro momento, do qual terá seu incentivo necessário para se aprofundar num assunto, ou até mesmo esclarecer alguma curiosidade.
Ao levar em conta estas considerações, acredito que estamos prestes a decretar a “queda” do último mito global – a crença monoteísta e seus “profetas”.
Não sou daqueles que acreditam numa “teoria da conspiração” para justificar a popularidade e temor causado por estas religiões e em seus seguidores. Acredito sim, numa série de eventos que disseminaram estas crenças por diversos motivos históricos, e que ocasionalmente, uma pequena parte da sociedade se aproveitou para exercer algum tipo de influência negativa, talvez até inconscientemente, porém ainda crendo fielmente em sua doutrina.
Nossa sociedade tem interesse em diversos assuntos. Contudo, dois que me chamam a atenção, são interesses da sociedade em religião e origens históricas sobre qualquer escopo.
Acesso livre à informação, intimidade de funcionamento com a rede e a curiosidade natural do ser humano levarão ao conhecimento abrangente, nunca antes imaginado, de como surgiram outros mitos e em quais contextos históricos. E a comparação será automática. Muitos ainda tentarão se apegar por questões psicológicas, mas à medida que gerações forem passando e o nível da média de conhecimento for aumentando, não terá como persistir na crença de mitos. A melhor comparação é em relação às mitologias antigas, como as gregas, romanas, egípcias, entre muitas outras. A sociedade acreditava nestes mitos como acreditamos nos de hoje. Mas com o decorrer do tempo, foram virando mitologia, e acredito que este seja o caminho natural da crença monoteísta. Será visto como mitologia ocidental.
Até então, nenhuma novidade, pois se verificarmos a história, percebemos que os antigos mitos são substituídos por novos, que oferecem benefícios e explicações mais convincentes e confortantes para a realidade daquela sociedade naquele momento. Transforma-se num ciclo. O grande diferencial desta vez é que este ciclo pode ter sido quebrado e este pode ter sido o último mito a ser criado. A pergunta que fica é: em quanto tempo a sociedade se verá livre de crenças mitológicas e começará a venerar as coisas reais que importam, como a natureza, a vida e o convívio social? Pode ser em 50 anos como pode ser em 500. Mas pela velocidade dos acontecimentos acredito que em 100 anos viveremos numa sociedade com somente mitos.
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