segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Aliança Ateu - Cristã

Somente no Brasil seria possível vislumbrar uma aliança deste tipo. Tenho certeza que muitos ateus possuem o mesmo pensamento que vou tentar detalhar agora.

Desde as manifestações de 2013, o país está passando por grandes transformações e amadurecimento ideológico. Apesar da tão citada polarização, muitos enxergam de forma negativa. Especialmente quando pensarmos que antes não havia polarização por causa de um pensamento hegemônico. A meu ver, falta do contraditório não faz bem a nenhuma sociedade minimamente saudável.

A tal da polarização vem ajudando determinados segmentos da sociedade refletir sobre alguns posicionamentos que vinham de encontro com determinados conceitos inaceitáveis. De pouco a pouco, fomos obrigados a chegar nos extremos das argumentações para começar a expor algumas realidades.

Peguemos o caso dos evangélicos e católicos. Até pouco tempo, estavam 100% fechados com a esquerda. Mesmo que, tradicionalmente, a ala progressista sempre defendesse o aborto e o ateísmo explicitamente. Foi necessária uma campanha presidencial pesada, e uma das mais baixas que existiu no Brasil, para os religiosos se darem conta de que não fazia o menor sentido apoiar qualquer candidato que fosse diretamente contrário a uma das bandeiras mais importantes dos cristãos – “pro life”. E ainda tivemos que testemunhar ateus indo à missa de domingo para ganhar voto. Uma das maiores vergonhas alheias que eu, como ateu, senti em toda minha vida. Um misto de sentimento de constrangimento com revolta, já que ser ateu, na essência, é ter coragem de encarar a realidade. Que estaria, indiretamente, associado à honestidade intelectual.

Mas onde quero chegar com isso? Está na hora de encararmos alguns fatos duros, porém reais e deixarmos alguns preconceitos ou divergências históricas de lado e tentar combater uma ideologia que apresenta estruturação religiosa, porém extremista – o socialismo / comunismo.

Apesar de o ateísmo ser bem relacionado à esquerda, temos o dever de não ser cooptado por nenhuma doutrina de pensamento uniforme. Além de ponderar algumas questões chave que, nos últimos tempos, tenho refletido bastante.

Como todo ateu, especialmente durante o início da libertação religiosa, adorava bater em religiões. De todos os tipos e de todas as formas. Eis que comecei a avaliar os reais danos diretos causados por religiões. Comecei a perceber que não eram tão diferentes assim como em diversos segmentos sociais. Especialmente se compararmos com movimentos esquerdistas. Mas calma, ainda vou chegar lá.

Claro que sabemos que guerras religiosas mataram muitas pessoas. Exemplos clássicos incluem as cruzadas e a inquisição. Certamente, com a disseminação intensa da informação e o avanço da média intelectual da humanidade, que ajuda a aumentar o nível de tolerância entre diferentes crenças e pensamentos, não vamos passar por outro período inquisitório, por mais forte que as igrejas se tornem.

Conforme vamos envelhecendo, acumulando informações e a história vai sendo revisionada, acabei percebendo também que as cruzadas foram uma reação à expansão violenta do islam, que por causa do ar revolucionário desta religião, é poupada de criticas por parte da esquerda, quando não absorve sua causa e métodos, por completo. De qualquer forma, este pensamento vai lado a lado com uma das principais linhas de pensamento de um grande militante do ateísmo, que respeito bastante - Sam Harris:

Sam Harris é Judeu e praticamente um discípulo do meu ideólogo favorito - Christopher Hitchens. Este, dispensa apresentações, e mais a frente falo um pouco sobre esta relação.

Voltando ao Sam Harris. Imagine como deve ser difícil para um judeu, ateu, acadêmico, intelectual, falar mal do islam. Pois é - tem sido a árdua tarefa dele, nos últimos tempos. Bater de frente com a doutrina do politicamente correto. E como um grande pensador, acaba reavaliando alguns conceitos de fluxo de pensamentos.

Recentemente, ele tem defendido, por assim dizer, algumas religiões judaico-cristãs. E comecei a avaliar números frios por conta das pesquisas que ele acaba citado para embasar muitos posicionamentos. Como esta questão das cruzadas e de outras estatísticas como percentual de radicais extremados em cada religião, e claro que o islam ganha em disparado.

Bom, vamos em frente. Não sei dizer se ele é de direita, centro ou esquerda. Parece-me um libertário. Ou um isentão. Porém, volta e meia, o vejo fazendo alguns comentários ponderados sobre o Trump. Algo inaceitável no meio “intelectual” ou acadêmico, mesmo que faça todas as ressalvas possíveis. Além disso, percebo que ele evidencia alguns fatos inquestionáveis sobre socialismo e comunismo, como número de mortes causada pelo movimento, contradições entre discursos e ações, e demais questões.

A esta altura, já me sinto confortável em propor tal aliança. Ainda mais quando lembrarmos da posicionamento político do símbolo do ateísmo militante contemporâneo - Christopher Hitchens.

Comentei que iríamos falar mais dele, a frente. Chegou o momento. Como a maioria de vocês, eu também era bem simpático à ideologia da esquerda quando mais novo e, principalmente, em função da hegemonia de pensamento. Talvez, por causa disso, eu tenha bloqueado da minha mente ou dado menor importância para o fato do Hitchens ser de direita. Afinal, o rapaz era tão brilhante que eu fazia vista grossa dele não pertencer ao mesmo espectro político que eu, naquele momento. Antes de eu passar pela transição turbulenta.

Mas, agora que as questões ideológicas estão se acomodando, posso pensar mais sobre este detalhe curioso do Hitchens ser convictamente de direita e sentir um certo alívio. Eu lembro que via algumas de suas declarações sobre posicionamento em relação a armas e ficava decepcionado e incrédulo. Pensava: como uma pessoa de pensamento sofisticado poderia se convencer desses absurdos. 

Mas eu não sabia que eu me encontrava numa espécie de transe coletivo ideológico. 

Mal sabia eu que fazia parte de uma segunda libertação e amadurecimento de idéias e conceitos, que ele também deve ter realizado e ponderado os fatos racionalmente, para formar sua convicção. Convenhamos, ele tem muito conhecimento para avaliar dados objetivos. Não é porque você é convicto de algum posicionamento que você é radical, como alguns isentões imaginam.

É neste sentido que acho esta ideológica extremamente perigosa e com estrutura de funcionamento semelhante a de algumas religiões. Virou crença. Pois não conseguimos mostrar a realidade com fatos ou números. Mesmo que convertam para seus objetivos. Surreal.

Outra pessoa que me fez refletir bastante sobre o papel das religiões, e especialmente o catolicismo, foi um youtuber, de pouca popularidade, chamado Conde Louppeux. Também fornece muitos dados históricos e estatísticos sobre as igrejas católicas. É um militante intenso. Mas reconheço seu alto nível de conhecimento. Apesar de expressar muitas falsas percepções sobre ateus, que dá vontade de responder. Só não faço por extrema falta de tempo.

Nesta linha, praticando a tolerância de divergência de pensamento religioso é que proponho uma aliança Ateu-Cristã, para combater a ideologia / doutrina que tem um potencial muito grande de cooptação dos jovens e um poder de destruição devastador. Ainda mais em países subdesenvolvidos que não possuem uma média educacional/cultural alta para lidar com o poder que um estado totalitário adquire, invariavelmente.

Chegou a hora de unir forças. Coesão religiosa proporcionada pelos cristãos e pragmatismo ateísta para eliminar problemas e ameaças subversivas à democracia.

sábado, 18 de maio de 2019

A Guerra Só Começou – Conforme-se.

Confesso que, depois das eleições sofridas de 2018, achei que tudo tinha se resolvido e o Brasil, com a nova forma de governar, iria caminhar de forma serena. Talvez com alguns obstáculos, mas nada comparado ao que estamos vendo hoje.

As eleições de 2018 foram apenas uma de muitas batalhas que travamos. Vamos relembrar:
- Achávamos que as manifestações de 2013 não dariam em nada – deu;
- Achávamos que a lava jato não daria em nada – deu;
- Achávamos que os diretores da Petrobrás nunca seriam presos – foram;
- Achávamos que os poderosos das empreiteiras não seriam presos – foram;
- Achávamos que a Dilma não cairia – caiu;
- Achávamos que Cabral não seria preso – foi;
- Achávamos que Eduardo Cunha não seria preso – foi;
- Achávamos que Lula não seria preso – foi;
- Achávamos que Pezão não seria preso – foi;
- Achávamos que Temer não seria preso – foi;
- Achávamos que Renan não poderia ser substituído – foi;
- Achávamos que não seria possível quebrar o sistema eleitoral bilionário junto com todo o establishment jornalístico, que já estava apoiando descaradamente o partido que mais roubou nos últimos tempos – foi possível – e sem dinheiro;

Repare quantas batalhas ganhamos. Passamos por muitos momentos difíceis, inclusive por crises financeiras pesadas para chegarmos até aqui. Tivemos avanços significativos. Não foi fácil e especialmente para os que têm menos recursos. Estamos diante um momento único em nossa história recente para conseguir fazer o país avançar sem a velha prática política, que nada mais é que corrupção institucionalizada e impune.

Porém, para prosseguirmos, teremos que nos unir. Nem digo esquerda com direita porque eu, sinceramente, acho um caso perdido. Não há como convencê-los de nada que não seja o extremo contrário de tudo que seja sugerido ou pautado pela direita ou centro. 

Estou me referindo às pessoas que não votaram no Haddad. Aquelas que votaram em branco ou fizeram o voto útil no Bolsonaro, pois a escolha era ridiculamente fácil. Eu mesmo, digo que não era a minha escolha no primeiro turno. Mas diante das circunstâncias, fiz o voto útil logo no primeiro turno.

Enfim, tudo isso para dizer que esta legislatura não é uma convencional – do tipo: não deu certo, vou tentar votar melhor na próxima. Não. Esta legislatura representa uma revolução – de verdade – mas pacífica. Tem que dar certo. Temos que fazer dar certo!

Não podemos apenas assistir passivamente. Acredito que temos que participar ativamente. Não precisa ir para a rua. Se puder ir, melhor! Mas digo no combate à informações manipuladas. Tivemos uma pequena amostra do que está por vir. Quanto mais secar a fonte financeira dos inimigos da pátria, mais desesperados vão ficar a ponto de fazer qualquer coisa – como vimos um pouco nas eleições – episódios lamentáveis.

Caso não tenha uma conta no Twitter, abra! Algumas batalhas estão sendo travadas nesta ferramenta. Tornou-se a nova praça da cidade com uma pequena diferença – nacional. Acredite: sua voz será ouvida neste espaço. Digo mais – está incomodando a velha política. Pois não conseguem lidar com isso da forma que faziam antes. Resolvia com dinheiro e pronto. Nestes novos tempos, não. Não dá para corromper 5 milhões de cidadão antenados. E não tem dinheiro e expertise suficiente para montar um grupo de embate fabricado.

Precisamos fazer parte deste processo revolucionário. Infelizmente, não tem outro jeito. Estou vendo muita gente que votou sem convicção no Bolsonaro desanimada e praticamente jogando a toalha. Mas isso é o que a velha política quer. Voltar tudo como era antes. Alerta: se conseguirem, vêm com mais força ainda com a certeza de que conseguem nos fazer de otário a qualquer momento, sempre.

Chegou a hora de deixar a passividade de lado e encarar os embates. Seja no Twitter, seja no whatsApp, seja no Facebook. Sem se preocupar se vai perder amigos no processo. O que está em jogo é muito maior. Você pode fazer parte disso. Nem que seja apenas para subir uma “hashtag” ou cobrar algum posicionamento no perfil dos políticos que sabemos que estejam se comportando de forma não republicana. Além, claro, de desmentir versões que são propagadas incansavelmente. A esquerda tenta repetir a versão exaustivamente até “colar”. Vamos ser mais resistentes e chatos e repetir os fatos reais todas as vezes que tentarem impor uma versão.

Enfim, não tem outro jeito. Ou nos mobilizamos pra valer, com a perspectiva que será uma guerra longa, com várias batalhas, ou nos rendemos a estes verdadeiros parasitas da sociedade e continuemos a trabalhar 5 meses para sustentar seus luxos, ao sabor de lagostas, enquanto riem da nossa cara.

O mais difícil, já conseguimos, que foi tomar de volta o comando central. Agora, temos que impedir que o “deep state brazil” sabote o governo eleito legitimamente, com ações para sobrevivência. Eu acredito que conseguimos progredir, e você?